Confesso que o meu respeito pelo jornalismo nacional já viu melhores dias. Com raríssimas (mas honrosas) excepções, a classe jornalística, não passa de um conjunto de alinhados em torno de interesses mais ou menos evidentes, sejam políticos ou económicos. Uns fazem-no melhor, outros fazem-no pior, outros ainda não passam da mais rasca incompetência.
Há dias em que nem o Público se safa. O destaque dado hoje a uma notícia sobre a guerra colonial é um péssimo serviço a um conjunto de artigos que, admito, acaba por cobrir de uma forma equilibrada o tema em questão. Pergunto-me, por isso, por que carga de água é que alguém dá a uma notícia o tom mais panfletário possível, desqualificando uma equilibrada análise do tema no artigo em causa e nos restantes que o acompanham. Pior que isso, só mesmo o editorial, que nos traz mais uma vez para o que parece ser uma expiação do pecado do colonialismo. Não há pachorra! A guerra colonial começou há mais de 50 anos! As guerras são sujas, todas as guerras. Não, não temos que nos sentir culpados do que se passou. Repito, foi há 50 anos!
Como um mal nunca vem só, embora aqui a culpa não seja do Público, a inefável Ana Gomes, continua com as demonstrações diárias da sua completa imbecilidade política. Sim, já sabemos, Portas não é flor que se cheire (tenho bem presente o episódio dos depósitos de dinheiro por funcionários do CDS, em quantias cirurgicamente abaixo do limiar que obrigaria ao reporte das quantias ao banco de Portugal), mas confesso que me causa uma visceral repulsa ver alguém que está ligada ao partido que acefalamente aclamou Sócrates, cujo percurso pessoal e do respectivo governo é imaculado, como sabemos, revelar esta falta de capacidade para olhar, em primeiro lugar, para a organização mafiosa da qual é (injustamente) membro de destaque. Sim, são todos iguais, estes políticos.
Políticos e jornalistas, e uma manhã de irritações. Que desperdício!